Os médicos do Hospital Ouro Verde, em Campinas, decidiram por unanimidade permanecer em greve após assembleia geral realizada nesta segunda-feira, 23/10. A paralisação chega ao 2º dia sem previsão de acordo.

“Participamos da audiência de conciliação no Ministério Público do Trabalho na tarde de ontem. O MPT se mostrou do nosso lado e fez a proposta para que a Prefeitura repassasse à Vitale Saúde o valor de R$ 5 milhões. Contudo, de promessas os médicos já estão cheios, o que eles querem é que efetivamente a situação seja resolvida”, explica Casemiro Reis, presidente do Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed).

Segundo Casemiro, apesar do empenho do MPT, não há ainda nenhuma garantia de que esse valor seja realmente repassado à Vitale, nem que a Organização Social que administra o Hospital Ouro Verde utilize essa verba para pagar os salários dos médicos. Por causa disso, a greve permanece por tempo indeterminado.

Por semana, são realizadas pelo menos 200 cirurgias no Hospital Ouro Verde, dentre elas, cerca de 60% já vinham sendo canceladas por falta de insumos básicos, medicamentos ou materiais necessários. “Claro que a paralisação dos médicos impacta na população, mas é preciso entender que os pacientes já vinham sendo prejudicados com o cancelamento das cirurgias e procedimentos por causa da situação calamidade pública em que o Ouro Verde se encontra”, afirma o presidente do Sindimed.

No segundo dia de paralização, apenas os serviços de urgência e emergência estão funcionando normalmente.

Pagamentos atrasados

Os médicos do hospital Ouro Verde optaram pela paralisação como último recurso para receber o que lhes é de direito: o pagamento de seus serviços. O atraso varia de três a quatro meses, dependendo da especialidade médica. Além disso, eles reclama das más condições de trabalho.

De acordo com eles, faltam medicamentos, escovas de higienização, luvas cirúrgicas, papel higiênico, produtos e limpeza, etc.