Os médicos do Hospital Ouro Verde, em Campinas, decidiram em assembleia geral, realizada na unidade de saúde na noite desta terça-feira, que vão entrar em greve a partir do dia 19 de outubro, próxima quinta-feira. Mais de 50 médicos de diferentes especialidades participaram da reunião.

“Os médicos do Ouro Verde já estão em estado de greve. Isso significa que vamos preparar o hospital para a paralisação, evitando ao máximo as internações que não sejam de urgência e emergência e dando alta para os pacientes que já estejam em condições de ir para casa”, explica o presidente do Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed), Casemiro Reis.

De acordo com Casemiro, foi formada uma comissão com representantes de todas as especialidades médicas e, ainda hoje, será entregue a pauta de reivindicações para a Prefeitura de Campinas e para a Vitale Saúde, Organização Social que administra o hospital. O Ministério Público também será notificado ainda nesta quarta-feira sobre a paralização do dia 19.

Entre as exigências dos médicos, estão o pagamento dos salários atrasados, encargos trabalhistas e melhores condições de atendimento à população. Dessa forma, a pauta de reivindicações englobará tanto os médicos contratados como Pessoa Jurídica como CLT.

“O hospital Ouro Verde está em estado de calamidade pública. Além de não pagar os funcionários, não há condições mínimas de trabalho. Faltam insumos básicos que vão desde gazes e material de limpeza até medicamentos e grampo cirúrgico”, revela o presidente do Sindimed.

A única maneira da greve não acontecer no dia 19 é se as reivindicações forem atendidas. Além de preparar o hospital para a paralisação, a prazo de uma semana é justamente para dar tempo da Prefeitura e da Vitale tomarem as devidas providências.

Médicos pressionados
Segundo Casemiro Reis, a administração do Hospital Ouro Verde está pressionando os médicos para que a greve não seja realizada. “Primeiro eles tentaram barrar a realização da assembleia geral dentro do hospital, alegando que o anfiteatro estava sendo utilizado, o que não era verdade. Depois que conseguimos uma outra sala para nos reunir, eles começaram a fotografar e a filmar os médicos que estavam participando da reunião, como forma de inibi-los. Mas essa postura apenas confirmou a importância da greve”, conta.

Uma nova assembleia será realizada na noite do dia 18, dia dos médicos, no Sindimed. Na ocasião, serão discutidos os últimos detalhes da paralisação que iniciará a partir da troca de plantões, às 7h do dia seguinte.