Médicos do setor de endoscopia do Hospital Ouro Verde, em Campinas (SP), paralisaram as atividades nesta terça-feira (26). A gestão da unidade, de responsabilidade da empresa Vitale, informou ao G1 que os especialistas, seis ao todo, não entraram em acordo com a unidade, até o momento, sobre a redução dos salários.
A organização social (OS) busca reduzir custos de todos os médicos contratados como pessoa jurídica (PJ), mas não informou valores e nem o número total de profissionais nesta situação.
No caso dos médicos paralisados, eles fazem parte de uma única equipe e, segundo a Vitale, se não houver acordo com eles, haverá substituição. Outros médicos da área – contratados como CLT – estão suprindo a demanda de pacientes.
O Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed) informou que, ao contrário do que disse a Vitale, os médicos que paralisaram não foram informados sobre um acordo envolvendo a redução de salários. E que as remunerações dos PJ estão com três meses de atraso.
Crise no hospital
Em agosto deste ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) realizou fiscalização no Hospital Ouro Verde e abriu sindicância para apurar problemas na estrutura e no atendimento da unidade.
Na época, o conselho confirmou falta de material hospitalar e atrasos no pagamento de ex-colaboradores do hospital. Funcionários da unidade protestaram por conta da falta de estrutura e de problemas relacionados ao pagamento de salários.
Segundo a OS, as demissões ocorridas nos últimos meses fazem parte da redução de custos que o hospital busca para se manter, e os valores pendentes serão pagos após o recebimento de repasses da Prefeitura. A administração municipal informou, no entanto, que não tem repasses pendentes para a Vitale.
Salários
De acordo com o Sindimed, os médicos contratados como PJ estão recebendo os salários com três meses de atraso há um ano.
A Vitale informou que esses profissionais costumam receber o pagamento até o final do mês, e que, portanto, a empresa ainda está no prazo.
Os valores são pagos com a verba repassada pela Prefeitura. Este repasse, no entanto, é calculado de acordo com a produção do Hospital Ouro Verde, segundo a administração municipal. A Prefeitura reafirmou que todos os repasses para a Vitale estão em dia.
Fonte: G1