Os médicos e médicas do Hospital Ouro Verde, em Campinas, participarão de assembleia geral no próximo dia 5 de setembro, terça-feira, na sede do Sindicato dos Médicos de Campinas e Região (Sindimed) a partir das 19h30. O objetivo é definir se eles vão entrar em greve.

 Os profissionais denunciam que o hospital está em estado de calamidade pública com carência em todas as áreas. Falta materiais básicos de trabalho, antibióticos e até produtos de limpeza, que têm sido diluídos em água para render mais, comprometendo a salubridade do local.  Há cerca de três semanas, o cardápio é arroz, feijão e ovo.

 “A administração do hospital precisa tomar alguma atitude urgentemente. O Ouro Verde não tem condições de atender a população e nem de oferecer um ambiente adequado para os médico trabalharem”, declara Casemiro Reis, presidente do Sindimed.  Ele conta também que, por falta de pagamento, as empresas fornecedoras de materiais médicos e ortopédicos retiraram todo o material do hospital e não há condições de cirurgias eletivas nem de urgências serem realizadas por falta de materiais cirúrgicos.

Segundo os funcionários, a roupa de cama do quarto dos médicos é trocada a cada 48h e a dos pacientes a cada 72h. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que essa troca seja feita pelo menos todos os dias ou assim que a rouparia fique suja. Como agravante, até o sigilo ético-profissional tem sido comprometido pelo Hospital Ouro Verde. Os médicos relatam que estão dividindo os consultórios do Pronto-Socorro  ao meio por meio apenas de um biombo.

Além disso, os salários estão atrasados e as equipes médicas estão desfalcadas. “ O Ouro Verde tem promovido demissões sumárias de médicos contratados no regime CLT para forçar a Pejotização do setor. E mesmo aqueles que aceitam trabalhar como terceirizados estão sem receber há cerca de três meses”, explica Casemiro.