A Vigilância Epidemiológica de Campinas registrou 122 ocorrências suspeitas de zika até esta segunda-feira (7). No entanto, apenas 29 são investigadas com exames feitos em laboratório, já que a Prefeitura tem um limite estipulado pelo governo do estado de só cinco testes por semana. Dois casos já foram confirmados no município, um deles em uma gestante.

De acordo com o infectologista da Vigilância Epidemiológica André Ribas, os exames atualmente estão restritos aos pacientes com maior risco. “Maior risco de agravamento, que são aqueles que têm sintomas neurológicos e aqueles pacientes que são gestantes”, explica.

Regiões
Segundo a Vigilância Epidemiológica, todas as regiões do município já tiveram notificações, no entanto, a sul e a norte juntas compreendem cerca de 60% das ocorrências suspeitas.

A região norte, inclusive, é onde foi registrado o primeiro caso de gestante com o vírus da zika. Trata-se de uma jovem de 30 anos, que está na 17ª semana de gestação. Ela passa bem e o bebê não tem diagnóstico de microcefalia.

Diagnóstico
A dificuldade em descobrir se o paciente está mesmo com zika acontece porque os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e chikungunya.

No entanto, segundo a Secretaria de Saúde, na rede municipal, para agilizar o diagnóstico, já existe uma orientação para os casos em que os sintomas forem quase os mesmos da dengue. Mas, se a pele do paciente estiver irritada e com muitas manchas, pode ser o vírus da zika.

Pico
Além disso, os meses de março e abril, historicamente, são os períodos que registram mais casos de dengue e a expectativa é que a estatística se repita com a zika.
A Unicamp também está fazendo exames para diagnosticar a doença e a Prefeitura tem convênio com a universidade para analisar os casos suspeitos.

Mas, os exames também são limitados. São três estudantes e uma professora que coordenam os testes no laboratório. Eles concordam que é uma situação de emergência e que ainda pode piorar, mas dizem que não há estrutura para atender uma demanda maior.

“O convênio com a Unicamp a gente pretende fazer um repasse de recursos, porque hoje eles estão fazendo com recursos próprios do laboratório de pesquisa, que são limitados”, afirma Ribas.

Quantidade de exames
A Secretaria Estadual da Saúde disse que triplicou por conta própria a quantidade de exames para o vírus da zika no estado e reforçou que o envio dos kits é de responsabilidade do Ministério da Saúde, que encaminha o material para fazer apenas dez testes por semana e que de forma geral, eles têm sido feitos em todas as gestantes com manchas vermelhas pelo corpo.

O governo federal disse que distribuiu em fevereiro 250 mil testes para o diagnóstico do vírus no país e que os laboratórios vão ampliar em 20 vezes a capacidade dos exames, mas isso só deve acontecer no próximo semestre.

Fonte: G1 Campinas