Home » Notícias » Um panorama e as tendências da medicina na RMC

maismedO Brasil nunca teve tantos médicos em atividade, porém, sua distribuição segue centralizada nos grandes centros urbanos. Os últimos dados copilados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), referentes a 2014, contabilizam 405 mil médicos, dos quais 125 mil atuam no Estado de São Paulo, o que representa 30% do total.

Quase a metade dos profissionais da medicina (46,32%) são generalistas mas nota-se nos últimos anos uma tendência de crescimento no número de especialistas nas faixas etárias mais jovens, principalmente entre as mulheres, que representam 53,43% dos médicos com título em alguma das 53 especialidades da carreira. Outra tendência que vem chamando a atenção é a feminização da profissão cujo número de ingressantes do sexo feminino na atividade já supera o de homens na faixa etária até 29 anos.

A taxa média de crescimento no número de profissionais, de 4% ao ano, é atribuída a uma combinação de fatores: mais entradas que saídas de doutores do mercado de trabalho, crescimento do contingente de médicos em ritmo mais rápido que o da população devido à diminuição da taxa de fecundidade, baixa média de idade combinada com longevidade profissional, proliferação de novas escolas médicas no País e a longa jornada de trabalho com multiplicidade de vínculos.

Todos esses fatores elevarão a razão médico-habitante a partir da próxima década. Caso seja mantida a curva de ascensão atual, o País atingirá em 2022 a razão de 2,52 médicos por 1.000 habitantes. Pelas projeções feitas pelo Cremesp, já em 2020 os médicos serão 500 mil, com taxa de 2,41 por 1.000 habitantes. E, em 2050, o total de profissionais será superior a 900 mil, com razão de 4,24 médicos por 1.000 habitantes. Pelo menos cinco estados do Norte e Nordeste, no entanto, continuarão com taxas abaixo da razão nacional atual, que é de 2,00 por 1.000 habitantes.

Como mostram as projeções, a tendência é que a razão médico-habitante no Brasil alcance um patamar muito acima do atual, mesmo que não sejam tomadas medidas excepcionais pelo governo, como a abertura de mais cursos de Medicina, a flexibilização de regras de revalidação de diplomas obtidos no exterior e a facilitação da entrada de médicos estrangeiros.

Porém, o estudo aponta que o aumento da taxa não reduzirá as desigualdades entre regiões e entre os setores público e privado da saúde, caso não sejam adotadas novas políticas de atração e fixação de médicos, e caso não ocorram mudanças substanciais no funcionamento do sistema de saúde brasileiro.

As matérias abaixo trazem um panorama da atividade médica em Campinas com destaque para a feminização da profissão, constatada com base na porcentagem de mulheres ingressantes nos últimos anos nos cursos de medicina da cidade que supera a dos homens.

Fonte: Correio Popular

© 2016 SINDIMED