Home » Notícias » Usuários pedem a saída da gestora do Hospital Ouro Verde

hospital ouro verdeOs movimentos populares nas áreas sociais e de saúde querem a Associação Paulista para Desenvolvimento Medicina (SPDM) fora da gestão do Complexo Hospitalar Prefeito Edivaldo Orsi (Hospital Ouro Verde). Eles alegam falta de profissionais, equipamentos constantemente em manutenção e que deixam pacientes sem diagnóstico e tratamento com frequência e pacientes que buscam especialistas precisam esperar encaixe porque a agenda está sempre cheia.

O tomógrafo está quebrado há dois meses e, em 20 dias cerca de 400 pessoas deixaram de ser atendidas. “Não dá mais para continuar assim. A administração desse hospital é um desastre”, disse Gerardo Melo, representante dos usuários no Conselho Municipal de Saúde.

Diferente de outros hospitais da cidade que são financiados com recursos públicos, a gestão do Ouro Verde tem foco e mentalidade privada, afirmou o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Paulo Mariante. “No Hospital Mário Gatti, mesmo com todos os problemas de lotação, de espera, todos os pacientes que chegam são atendidos. No Ouro Verde, não. Quando o número de atendimentos chega a uma cota, os pacientes começam a ser encaminhados para outros hospitais”, afirmou.

O convênio, disse, é muito bem pago. A SPDM, segundo ele, recebe mais do que o Hospital Celso Pierro. “Já questionamos isso no conselho, e já nos posicionamos contra a continuidade da SPDM na gestão”, disse.

O Conselho Municipal de Saúde é contra a adoção de um novo convênio com a SPDM ou com qualquer organização social. A defesa é de que a gestão volte a ser pública, porque os recursos que mantém o hospital são públicos.

A SPDM atua no Hospital Ouro Verde desde 2008, quando incorporou a estrutura já existente, por um convênio assinado no governo do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT). Para manter o hospital em funcionamento, atualmente a Prefeitura repassa R$ 10,3 milhões por mês à Associação. O contrato entre Prefeitura e a entidade venceu em 2 de setembro, foi prorrogado por mais seis meses com uma cláusula que diz que assim que a contratação de uma organização social (OS) for finalizada para administrar o hospital, o convênio com a SPDM será cancelado automaticamente.

Usuário
Os usuários reclamam da espera pelo atendimento, como a auxiliar administrativa Vanessa Gonçalves que ontem a tarde esperava há quatro horas o marido ser atendido. “Quando vou perguntar para os atendentes qualquer informação, eles são grossos. Não tenho previsão para ir embora”, disse.

Os atendimentos emergenciais também são prejudicados com a falta de profissionais da saúde, segundo os usuário. “O meu filho foi atropelado. Estamos esperando há cerca de duas horas na fila. Ele entrou na emergência, e até agora, não foi atendido. O hospital deixa a desejar, principalmente nos casos emergenciais”, disse o churrasqueiro Hildeblando Souza Maia.

As queixas partem de todos os lados, e também, para todos os setores do Ouro Verde. Depois de chegar às 9h, Edlaine Pavam disse que se alguém precisar de medicamento gratuito, tem que esperar iniciar o atendimento da farmácia. “Estou aguardando a farmácia abrir para pegar o remédio da minha mãe. E a farmácia abre às 16h. Se precisar ou passar mal antes, tem que esperar”, disse.

Todos que chegam ao local se deparam com um ambiente lotado. “Não tem local para sentar, é todo mundo em pé mesmo. É uma falta de respeito, desde o estacionamento até o atendimento dos médicos”, disse Edlaine Pavam. “O local é sujo, falta iluminação, ventilação. Dá medo. É o lugar perfeito para os vírus crescerem”, disse a vigilante Carla Jaqueline Santana.

Fonte:  Jornal Correio Popular

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