Home » Notícias » Dengue tem 59 mil casos e 11 mortes em Campinas

mosquitoCampinas confirmou nesta quinta-feira (6) a morte de mais quatro pessoas por dengue e o registro de 59.150 casos da doença até o momento, em último balanço da Secretaria da Saúde. No total, a cidade contabiliza 11 mortes este ano, número que ultrapassa o recorde histórico de 2014, quando dez pessoas morreram.

Além da dengue, de abril a junho desse ano foram confirmados também quatro casos e três mortes por febre maculosa — infecção transmitida pelo carrapato-estrela, cujo hospedeiro é a capivara. O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) informou que nenhum dos casos de maculosa houve relato de frequência em parques e jardins públicos.

Em relação à dengue, nos oito meses deste ano Campinas superou em 40% todos os casos registrados no ano passado inteiro — que teve 42.109 —, até então considerada a pior epidemia da história.

Nesta quinta, o secretário municipal de Saúde de Campinas, Carmino Antonio de Souza, admitiu a ocorrência de uma “enorme epidemia” neste ano, e que o momento a partir de agora é prevenção para evitar novos casos em 2016.

Os óbitos confirmados ontem ocorreram nos meses de março, abril e um deles em maio. As vítimas foram dois idosos, um de 73 anos (região Leste) e outro de 75 (Norte), uma mulher de 52 anos (Sul) e uma jovem de 38 (Norte). A secretaria informou que uma morte continua em investigação e outras duas foram descartadas. Dos casos, a pasta divulgou que há ainda 219 em investigação e 2.056 foram descartados.

Foram registrados 1.458 casos em janeiro, 6.930 em fevereiro, 24.257 em março, 18.976 em abril, 6.399 em maio, 1.074 em junho, 56 em julho e, até o momento, nenhum em agosto.

Dessa maneira, de acordo com Carmino, os números dos últimos meses confirmam que neste ano o pico da epidemia foi antecipado para março. O secretário já havia afirmado que não há garantias que Campinas fique isenta de uma situação semelhante em 2016, após surtos em dois anos consecutivos.

“O importante da dengue é não parar de falar da dengue.” Ele destacou que foram feitos todos os trabalhos possíveis para controlar o avanço da doença. “Segundo informações do trabalho de campo realizado pela Secretaria de Saúde, pelo menos 80% dos criadouros do mosquito estão nas casas e quintais das pessoas”, indicou o secretário.

As autoridades sanitárias ressaltaram que a situação climática precisa ser levada em consideração, pois fez mais calor nos últimos meses do que a média histórica registrada no mesmo período nas décadas anteriores.

“Também contribuiu a escassez de água, situação que levou as pessoas a estocarem o produto em reservatórios domésticos sem a devida proteção, se constituindo em criadouros para o mosquito Aedes aegypti”, justificou a Secretaria de Saúde, em nota.

No restante do ano, serão mantidas as ações de combate a criadouros do mosquito transmissor da dengue. Entre elas a telagem de caixas d’água, nebulização costal, vistorias de imóveis fechados ou abandonados e campanhas de conscientização da doença. No segundo semestre, a cidade terá também 616 agentes comunitários de saúde a mais, para ajudar no combate à doença.

A Câmara aprovou em maio a criação dos cargos, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. A legislação foi criada justamente para suprir o déficit da Secretaria de Saúde de pessoal para trabalhar no combate à epidemia.

Adaptação

O Aedes aegypti utiliza, principalmente, criadouros artificiais, como recipientes de plástico, pneus, latas (com destaque para as calhas e caixas d’água de difícil acesso) e outros produtos descartados e armazenados incorretamente pelas pessoas.

Historicamente, o período de janeiro a maio é o de maior incidência de dengue, por conta das condições climáticas que favorecem a proliferação do mosquito transmissor. Neste ano, o País registrou mais que o dobro nas notificações de casos de dengue até o final de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Fonte: Gustavo Abdel – RAC Jornal Correio Popular

© 2015 SINDIMED